Cosméticos naturais existem, sim — mas isso não significa, necessariamente, que são mais seguros do que os outros. Muitas vezes, os cosméticos não naturais, sejam eles industriais ou artesanais, são formulados dentro de padrões que garantem segurança ao usuário, ao menos nas condições normais de uso.
A diferença entre um cosmético natural e um não natural está, principalmente, na escolha dos ingredientes utilizados em sua formulação. Essa escolha pode estar orientada por critérios como biodegradabilidade, origem vegetal ou posicionamentos éticos e ambientais da marca ou formulador.
Contudo, o termo “natural” é amplo e não possui uma definição única, clara e universalmente aceita — o que abre espaço para interpretações diversas e, por vezes, para o uso abusivo ou confuso do termo. Mesmo quando usado com boa intenção, o conceito de naturalidade pode variar bastante de uma pessoa ou empresa para outra.
Para facilitar a compreensão, alguns formuladores propõem uma ideia de “níveis de naturalidade”, com base no grau de transformação química dos ingredientes. Abaixo, resumimos esses níveis:
Níveis de naturalidade dos ingredientes
Nível 0 — 100% naturais, minimamente processados
São ingredientes extraídos diretamente das plantas, sem modificações químicas. Exemplos:
Óleos vegetais prensados a frio
Hidrolatos
Óleos essenciais
Ceras vegetais
Argilas
Nível 1 — Naturais processados
Inclui ingredientes naturais que passaram por algum grau de purificação ou isolamento, mas ainda se originam diretamente da natureza. Exemplos:
Ácidos graxos isolados
Componentes isolados de óleos essenciais (como o linalol ou o geraniol)
Nível 2 — Moléculas naturais obtidas por síntese
Moléculas que existem na natureza, mas foram produzidas sinteticamente. Ainda são bem aceitas em formulações naturais. Exemplo:
Ácido cítrico (e outros ácidos orgânicos)
Nível 3 — Ingredientes de origem indefinida ou zona cinzenta
São ingredientes geralmente aceitos por certificadoras e considerados seguros para a saúde e para o meio ambiente, mas cuja naturalidade pode ser debatida. Exemplos:
Conservantes suaves
SCI (tensoativo derivado do coco)
Emulsionantes como o Olivem 1000
Nível 4 — Sintéticos ou não naturais
Incluem ingredientes sintéticos cuja segurança depende da concentração. Muitos deles são comuns em cosméticos industriais. Exemplos:
BTMS
Lauril sulfato de sódio (SLS)
Compostos etoxilados
Parabenos
Qual é o nosso posicionamento?
Como distribuidora de matérias-primas, nosso compromisso é com os ingredientes do nível zero. Na verdade, nossa escolha e curadoria é ainda mais estrita do que isso pois selecionamos apenas os insumos extraídos de plantas e cultivados sem o uso de agrotóxicos. Sobre os químicos seguros utilizamos os critério adotados pela certificadora COSMOS, veja nosso próximo post para entender!
Acreditamos muito que cuidar de si também envolve cuidar do meio ambiente e da cadeia produtiva como um todo.
Se você utiliza nossas matérias-primas, compartilha esse compromisso conosco: a liberdade de cuidar de si e do mundo.
Mais importante do que chamar algo de “natural”
Dado que o termo “cosmético natural” pode ser interpretado de diferentes formas, acreditamos que é mais honesto e útil explicar ao usuário os critérios adotados na escolha das matérias-primas. Dessa forma, promovemos não só a transparência, mas também o fortalecimento de uma cosmética consciente, ética e sustentável.